OCIO
O ócio como experiência subjetiva: contribuições da psicologia do ócio
Ieda Rhoden
Psicóloga. Doutora em Ócio e Potencial Humano,
Universidade de Deusto/Espanha. Professora da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS.
End.: Av. Unisinos, 959 Cristo Reio – São Leopoldo RS.
Email: irhoden1@gmail.com
Resumo
Este artigo apresenta uma revisão e síntese de conceitos oriundos da Psicologia do Lazer norte-americana e da Teoria do
Ócio, desenvolvida na Espanha. Aborda o ócio como fenômeno psicossocial cujas características diferenciais podem ser percebidas pelo próprio sujeito. Distinguem-se os conceitos de estado de Ócio e experiência de Ócio, diferenciando-os em função da intensidade e profundidade da experiência e dos atributos nela implicados. Destacamos ainda, nas observações sobre os temas, as experiências de pico e de flow, encontrados em recentes estudos norte-americanos, empreendidos por investigadores que se dedicaram ao fenômeno, salientando as semelhanças entre estes fenômenos e as experiências subjetivas de ócio. Por fim, apresentam-se os principais atributos ou qualidades constituintes das experiências de ócio, quais sejam, a percepção de liberdade, significado intrínseco, desfrute, ruptura, introspecção, encontro interpessoal, desenvolvimento humano, relaxamento, desafio,
Revista Mal-estar e Subjetividade – Fortaleza – Vol. IX – Nº 4 – p. 1233-1250 – dez/2009
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auto-expressão e autorrealização. Para concluir, salienta-se a opção de circunscrever o ócio numa perspectiva humanista e positiva, privilegiando, nesta busca, a experiência subjetiva, por observarmos, a partir do percurso realizado no trajeto investigativo, que as experiências de ócio podem ser facilitadoras da promoção da saúde , qualidade de vida e do desenvolvimento pessoal e tais processos se iniciam no sujeito agente/ator de sua experiência.
Palavras-chave: atributos do ócio, desfrute, experiência subjetiva, ócio, psicologia do lazer.
Abstract
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