Oceano Azul
Descobrindo um
oceano azul
com a força de trabalho
feminina
Uma iniciativa de equidade de gêneros está fazendo a mineradora Vale encontrar sinergias e oportunidades inimaginadas para os negócios e pode quebrar paradigmas do mercado corporativo brasileiro.
Neste artigo exclusivo, a diretora-executiva da
Vale Vania Somavilla, a ex-executiva Carla Gama e a consultora Carmen
Migueles descrevem o programa em detalhes
Q
uando nos sentamos para pensar em equidade de gênero pela primeira vez, em
2011, não imaginamos que nos levaria tão longe. Em pouco tempo, a busca por reduzir a desigualdade entre mulheres e homens em nossos quadros nos conduziu ao coração da estratégia e ao núcleo da cultura organizacional.
Por que nos atrevemos a tentar emplacar um projeto que prestigia as mulheres em uma empresa de mineração tradicional como a Vale? Afinal, ela tem sua história marcada por esforços masculinos de desbravar territórios em busca de recursos minerais e foi condicionada pela ética dos shareholders, de Milton Friedman, segundo a qual a obrigação social da empresa é apenas produzir lucro para seus acionistas.
Porque entendemos que a ética dos stakeholders, de Edward Freeman, é a mais adequada para nós, até mesmo do ponto de vista dos acionistas. Cuidar das várias partes interessadas é o que consegue garantir a sustentabilidade dos negócios e os retornos futuros.
Partimos daí: abandonamos a visão centrada no lucro e de curto prazo e nos dedicamos a analisar como a equidade de gênero poderia gerar todo um conjunto de benefícios (não apenas o lucro) no longo prazo.
Um projeto de equidade de gênero na Vale poderia ser importante para:
l Colocar nossos valores em prática. l Engajar mais as pessoas.
38
HSM Management 102 • janeiro-fevereiro 2014 hsmmanagement.com.br
l Apoiar o desenvolvimento de lide-
ranças em toda a organização. l Planejar nossa estratégia de inter-