Oceano azul e natura

Os valores que hoje sustentam a China moderna e tecnológica que conhecemos estão longes de serem recentes, eles derivam de um antigo filósofo, este menos conhecido pelo Ocidente do que se deveria, chamado Kong Fuzi (551-479 aC) ou Confúcio. O pensador viveu numa época turbulenta, em que sangrentas batalhas eram travadas e o “caos” se instalava no gigante Império, que tinha dificuldades em manter sua unidade.
A este período que teve duração de dois séculos e meio dá-se o nome de “Estado Combatentes” (475-221aC), o que seria ao equivalente ocidental “Tratado de Vestifália” (1648) quando a desintegração e multiplicidade esteve próxima e deu espaço ao ideal de unidade – apesar das batalhas dentro da unidade não cessarem.
Confúcio diferente dos profetas moneteístas não prevaga a “redenção pessoal” da vida pós-morte, e como Maquiável era um viajante errante que oferecia conselhos àqueles príncipes que estavam dispostos a lhe ouvir, mas diferente da idéia central do autor de “O Príncipe” não se preocupava com as “maquinações do Poder”, mas sim com a Harmonia Social e a sublimação do Estado em atingir uma sociedade justa e harmoniosa.
Apesar de ter morrido sem ver seus preceitos postos em prática, o ideal confucionista foi adotado após o período violento terminar, a dinastia Han (206AC- 220dC) adotou seus ensinamentos como a filosofia oficial do Estado. Os textos passaram a ser um código de conduta, guia meio espiritual meio como uma Constituição e se tornou a principal qualificação para o serviço público.
O então Imperador Chinês era ao mesmo tempo um líder soberano político e um líder espiritual, com um conceito metafísico em que seria o intermediário simbólico entre o Céu, a Terra e a Humanidade, talvez essa concepção faria inveja ao Luis XIV, o Rei Sol na sua tentativa desesperada absolutista de poder no Antigo Regime.
Na China moderna e tecnológica não existe mais a figura do Imperador, mas a burocracia estatal e a ideia de sociedade coletivista permanece