Observações sobre "A Espessura do encontro"

A espessura do encontro

Através dos conceitos apresentados por Aragon, podemos abordar a delicadeza como a maneira em que se transmite uma determinada informação / situação potencialmente geradora de angústia. Conforme exemplo usado por Aragon, ao se transmitir uma informação de doença, anomalia, etc, deve-se utilizar palavras adequadas, que transmitam segurança; respeitando o fator tempo, para que a informação seja assimilada e aceita pelo receptor, proporcionando um encaminhamento para angústia, sem negá-la ou render-se a ela. A Psicologia é uma forte ferramenta para que se estabeleça relações de encontro adequadas dentro de diversos campos, podendo ressaltar aqui, o campo da Saúde. Ao tratarmos experiências traumáticas na vida do ser humano, devemos atentar para as possibilidades de prejuízos futuros que a experiência pode acarretar e é diante dessas experiências que surge a necessidade de abertura para um acolhimento adequado, onde o sujeito possa sentir-se seguro para tratar questões que não se restringem a um episódio traumático, mas sim, a experiências vivenciadas ao longo dos anos que podem vir à tona através de um episódio traumático. É necessário que haja abertura em todos os campos da saúde, para o rompimento de uma “escravidão técnica”, que limita profissionais da área em simplesmente cumprir suas obrigações técnicas e desprezarem o fator psicológico nas relações. A Psicologia pode e é um fator diferencial de extrema relevância para o acolhimento delicado e sutil de sujeitos atendidos dentro do campo da saúde. Como relata Aragon, “é preciso abdicar da memória e se aventurar a ir de encontro e se deixar encontrar.”