observando o familiar
Afirma-se se preciso que o pesquisador veja com olhos imparciais a realidade, evitando envolvimentos que possam obscurecer ou deformar os seus julgamentos e conclusões. Uma das possíveis decorrências deste raciocínio seria a valorização de métodos quantitativos que seriam "por natureza" mais neutros e científicos.
A antropologia utiliza métodos de pesquisa qualitativos, como por exemplo, a observação participante, a entrevista aberta, o contato direto e pessoal; e também que é necessário para conhecer o contato/convivência durante um período de tempo razoavelmente longo.
Este contato envolve duas questões:
A distância social;
A distância psicológica;
Em termos de familiar e exótico ("transformar o exótico em familiar e o familiar em exótico"):
O facto de dois indivíduos pertencerem à mesma sociedade não significa que estejam mais próximos do que se fossem de sociedades diferentes, por serem aproximados por preferencia, gostos e idiossincrasias.
O que sempre vemos e encontramos pode ser familiar mas não é necessariamente conhecido e o que não vemos e encontramos pode ser exótico mas, até certo ponto, conhecido. No entanto, estamos sempre pressupondo familiaridades e exotismos como fontes de conhecimento ou desconhecimento respetivamente.
Por exemplo, podemos estar acostumados a uma certa paisagem social onde a disposição dos autores nos é familiar; a hierarquia e a distribuição de poder permite-nos fixar, de grosso modo, os indivíduos em categorias mais amplas. No entanto, isso não significa que eu compreenda a lógica das suas relações.
Enquanto movimento intelectual, surge o Romantismo, preocupado em pesquisar (ou até criar) raízes, fundamentos, essenciais de um povo, nacionalidade. É conhecida a manipulação de ideologias nacionalistas, de oposição simbólica e material ao que vem de fora, como estranho, intruso, fora de contexto, alienado.
Antropólogo a chamar à atenção para o "artificialismo".
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