Obras
Da dadiva e, em particular, da obrigação de retribuir os presentes.
42 Deve-se ser um amigo Para seu amigo e retribuir presente por presente; deve-se ter riso por riso e fraude por mentira.
43 Sabes isto, se tens um amigo em quem confias e se queres obter um bom resultado, convém misturar tua alma à dele e trocar presentes e visita-lo com frequência.
“(...) Existe aí um enorme conjuntos de fatos. E fatos que são muito complexos. Neles tudo se mistura, tudo o que constitui a vida propriamente social das sociedades que precederam as nossa – até às da proto-história.(...)” 1°paragrafo, pág.187.
“De todos esses temas muito complexos e dessa multiplicidade de coisas sociais em movimento, queremos considerar aqui apenas um dos traços, profundo mais isolado: o caráter voluntario, por assim dizer, aparentemente livre e gratuito, e, no entanto obrigatório e interessado, dessas prestações.(...)” 2°paragrafo, págs.187 e 188.
“(...) Descreveremos os fenômenos de troca e de contrato nessas sociedades que são não privadas de mercados econômicos como se afirmou – pois o mercado é um fenômeno humano que, a nosso ver, não é alheio a nenhuma sociedade conhecida -, mas cujo regime de troca é diferente do nosso. (...)” 1°paragrafo, pág.188.
“Nas economias e nos direitos que precedem os nossos, nunca se constatam, por assim dizer, simples trocas de bens, de riquezas e de produtos num mercado estabelecido entre indivíduos. Em primeiro lugar, não são indivíduos, são coletividades que se obrigam mutuamente, trocam e contratam; as pessoas presentes são pessoas morais: clãs, tribos, famílias, que se enfrentam e se opõem seja em grupos frente a frente num terreno, seja por intermédio de seus chefes, seja ainda dessas duas maneiras ao mesmo tempo. (...) Prepusemos chamar tudo isso sistema das prestações totais. (...)”