Obras Unimontes ( parcial )
Pense numa autora cativante. Se o nome “Lygia” não vier à sua mente de imediato, volte aos seus dias de ginásio e pense em “Venha ver o pôr do sol”, ou “Antes do baile verde”, ou “As formigas”… Mais para o Ensino Médio ou mesmo na faculdade, você pode ter esbarrado com ela no romance “As Meninas” ou no mais célebre “Ciranda de Pedra”. Se nada disso lhe soa familiar, nem te faz pensar numa leitura gostosa, criativa, curiosa, sensível e ao mesmo tempo meio moleca, não se desespere. Coloque-a na sua listinha de “próximas leituras obrigatórias” e tudo se conserta! Eu, particularmente, só conhecia a obra de Lygia pelos contos de colégio ou dos tempos de Redigir (trabalhar com contos, afinal, é bem mais fácil do que com livros inteiros). Mas eis que estou esperando dar o horário do cinema (Missão Impossível, nota 10 para quem gosta do gênero), passeando despretensiosamente pela livraria do shopping, quando bato o olho numa capinha turquesa, cheia de arabescos coloridos, de onde se lê “Passaporte para a China”. No verso: “… quando a China estava ainda no começo da estrada que a levaria a se tornar uma superpotência, Lygia Fagundes Telles foi convidada a visitar essa civilização milenar…”.
E foi como tudo começou… E terminou em três dias.
O livro, lançado no final do ano passado, é na verdade uma coletânea de crônicas escritas para o jornal “Última Hora”, à época da viagem. Em 1960, um grupo de escritores do mundo todo foi convidado a conhecer a China (ou “o que nos deixaram conhecer”, como admite a autora), numa campanha para mudar a imagem que o mundo sempre tivera do lado de lá. “Passaporte” tem um quê de diário, de pensamentos postos no papel quase sem edição, assim naturalmente, e por isso é rápido e fácil de ler. Para chegar a Pequim e Shangai, o grupo brasileiro passa antes por Dacar, Paris, Praga, Moscou, Omsk e Irkutsk, sendo recebidos de diferentes formas em diferentes hotéis e encontrando diferentes