Obras Machadianas
O presente trabalho tem como objetivo estabelecer um comentário reflexivo sobre os contos machadianos: O machete, obra produzida no século XIX e Um homem célebre, escrita dez anos depois. Inicialmente será feito um breve resumo das obras citadas acima com a finalidade de situar o leitor acerca das temáticas propostas nos contos. Mais adiante será elaborado um comentário sobre o conceito de indústria cultural no contexto em que os contos estão inseridos, destacando a relação entre o popular e o erudito. Posteriormente farei uma análise dos contos sob perspectiva dos autores: José Wisnik e Idelber Avelar, a fim de perceber em seus escritos os pontos convergentes e divergentes. Por fim, com base nos autores citados acima comentarei sobre o diálogo realizado por Machado de Assis entre a literatura e a música, ressaltando o lugar do popular e erudito na cultura musical não só no século XIX, mas também na contemporaneidade.
Na obra intitulada “O machete” que tem como protagonista Inácio Ramos, um músico que decide seguir uma carreira musical quando tinha apenas dez anos, com uma grade influência do pai que tinha sido músico da capela imperial. O primeiro instrumento que Inácio escolheu para tocar foi a Rabeca, mas ele sonhava com algo maior que o completasse, encontrando essa completude no violoncelo que em sua percepção transmitia uma “poesia austera e pura, uma feição melancólica e severa que casavam a alma”. O grande conflito da obra se dá no momento em que Inácio Ramos é apresentado a Barbosa um mulato tocador de machete, um instrumento que “já traz a marca de uma nova cultura, boêmia, de rua e rasgadamente popular”. (AVELAR, p.6).
Em “Um homem célebre”, narra-se a história de Pestana um músico bem sucedido compositor de polcas que sonha em ser sonatista. Buscando inspiração nos retratos dos grandes clássicos da música europeia, Pestana sofre ao tentar compor