Obra morte e vida severina
1ª PARTE
Severino homem do sertão, andando por esse mundo nordestino, onde há seca, miséria, fome e esperança, se apresenta e diz a que veio.
O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar
Severino de Maria como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias.
E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).
2ª PARTE
Em seu caminho Severino se vê, diante da forma mais simples e comum que há no sertão, que a morte;
— A que estais Carregando, irmão das almas embrulhado nessa rede,
Dizei que eu saiba?
— Um defunto de nada, irmão das almas, que a muitas horas, viaja de sua morada.
— E foi morrida essa morte, irmãos das almas,
Essa foi morte morrida, ou foi matada.
— Até que não foi morrida, irmão das almas, essa foi morte matada numa emboscada.
3ª PARTE
Severino fica diante do Rio Capibaribe e se queixa de tudo.
Severino- Vejo que agora não é fácil seguir essa ladainha, vejo que o Capibaribe é como os outros rios lá de cima é tão pobre que nem sempre pode cumprir sua sina ,... Mas não vejo almas aqui nem almas mortas e nem vivas... Ôxi que som é esse a distância que parece cantoria será novena de santo será o mês de Maria quem sabe até uma festa uma dança não seria,
(Temeroso de perder o rumo segue a viagem, indo em direção do som de uma cantoria.... e Severino se depara com um velório.. onde todos estão cantarolando)
Severino- Vejo que levam somente as coisas de morto, fome, sede, desgraça
(Severino olha a tudo com decepção põe seu chapéu a cabeça e vai embora cabisbaixo e com desesperanças )
4ª PARTE
Severino- e