OBJETO E METODO DA ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA
A história da Antropologia Filosófica nos aponta duas grandes linhas de pensamento sobre o homem, a greco-romana e a judaico-cristã, que nos permitiram elaborar uma idéia unitária do mesmo: ser inteligente e livre. A partir do século XVIII, com o surgimento das ciências humanas, essa idéia entra em crise, pois cada uma dessas ciências tomará um aspecto do sujeito, objetivando-o a partir de um referencial epistemológico e de um método próprio, fragmentando o homem em várias definições, a partir dos conceitos sobre o mesmo a que chegam ao final da sua elaboração científica (fragmentação do ser-homem). Caberá então à Antropologia Filosófica buscar, novamente, uma “idéia unitária” de homem. Para isso, ela deve primeiramente definir o seu método.
Os métodos propostos pelas ciências humanas não servirão à Antropologia Filosófica, pois eles fazem um recorte na totalidade que é homem, como objeto de ciência (que é também, nesse caso, sujeito) e apresentam apenas uma idéia particular do que seja o homem, de acordo com sua opção metodológica, não dando assim a visão unitária do homem. No seu procedimento epistemológico e na definição do seu método, as ciências do homem privilegiam somente um dos pólos epistemológicos de compreensão do ser humano (Natureza, ou Sujeito, ou Forma), produzindo assim uma visão fragmentada, parcial e unilateral do mesmo.
Para novamente construir uma idéia unitária de homem, a Antropologia Filosófica deverá considerar, na definição do seu método, os três planos ou níveis de conhecimento do homem: a pré-compreensão, a compreensão explicativa e a compreensão filosófica, sendo esse último o plano aonde se formularão as categorias (propriamente filosóficas) como explicação unitária do homem, bem como o discurso sistemático dessas categorias.
A constituição das categorias é o maior desafio da Antropologia Filosófica, uma vez que o objeto do seu estudo é o próprio sujeito, trazendo para a