objetivo da quarta conferência, Foucault
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Como objetivo da quarta conferência, Foucault anuncia que analisará o que chama de “sociedade disciplinar”, nome que dá à sociedade contemporânea, mostrando as práticas penais, relações de poder embutidas nessas, os saberes que essas agregam, os tipos de conhecimento e de sujeito que transitam em seu espaço, em fins do século XVIII e início do XIX. Caracteriza que a formação da sociedade disciplinar surgiu nesse período à reforma, reorganização do sistema judiciário e penal nos diferentes países da Europa e do mundo. Transformações que se deram no nível de reelaboração teórica da lei penal (o crime é um dano social e o criminoso é o inimigo da sociedade), que visa exigir que o criminoso pague por seu dano, e, também, em nível estrutural dos locais que abrigam os corpos dos presos – uma vez que o aprisionamento não existia antes, como a reclusão; as penalidades anteriores consistiam em deportação, trabalho forçado, vergonha, escândalo público e pena de talião (o criminoso paga com igual medida o dano que praticou). Segundo Foucault, a prisão surge no início do século XIX, como necessidade de controle dos sujeitos em relação ao seu grau de periculosidade, julgados em ração de uma teoria penal. E para que todo o aparato não ficasse centralizado no judiciário, criam-se outras instituições de vigilância e correção – a polícia (vigilância), as instituições psicológicas, psiquiátricas, criminológicas, médicas e pedagógicas (correção). Em minha opinião, faltou citar a igreja, que existiu desde muitos séculos e que sempre atuou como instituição de controle e docilização dos sujeitos. A essa rede de poder que não cabe ao judiciário controlar, Foucault chama de “ortopedia social” (p. 86). É a sociedade disciplinar, por oposição à sociedade penal, ocorrida anteriormente. Como modelo explicativo da sociedade disciplinar, ele propõe o Panopticon de Bentham, edifício em forma de anel, no meio do qual havia um pátio com uma torre no centro, onde um vigilante via a todos, sem ser