Objetividade e identidade
FORACCHI, M; MARTINS, J. de S. Sociologia e sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de
Janeiro: LTC, 1978. pp. 23-52.
Objetividade e identidade na análise da vida social
[...] Os fatos sociais devem ser tratados como coisas [...] não afirmamos que os fatos sociais sejam coisas materiais, e sim que constituem coisas ao mesmo título que as coisas materiais, embora de maneira diferente.
[...] É coisa [...] tudo aquilo de que não podemos formular uma noção adequada por simples processo de análise mental, tudo o que o espírito não pode chegar a compreender senão sob condição de sair de si mesmo, por meio da observação e da experimentação, passando progressivamente dos caracteres mais exteriores e mais imediatamente acessíveis para os menos visíveis e mais profundos.
[...] herdamos já feita pelas gerações anteriores a maior parte das instituições sociais; como não participamos de modo nenhum em sua formação, não é nos interrogando que poderemos descobrir as causas que as fizeram nascer.
[...] Como poderíamos, então, discernir com clareza maior as causas muito mais complexas de que procedem os empreendimentos da coletividade? Pois cada um de nós não participa senão em ínfima parte nesses empreendimentos; possuímos uma multidão de colaboradores e escapa-nos o que se passa nas outras consciências.
[...] É necessário que, ao penetrar no mundo social, ele tenha consciência de que penetra no desconhecido; é necessário que se sinta em presença de fatos cujas leis são tão desconhecidas quanto o eram as da existência antes da constituição da biologia.
[...] o sociólogo parece, na verdade, se mover entre coisas imediatamente transparentes ao espírito.
[...]o que importa saber não é a maneira pela qual tal pensador concebe individualmente determinada instituição, mas sim a concepção que dela formula o grupo; somente esta concepção é socialmente