Obesidade infantil e ações empresariais
Contexto
A Coca-Cola comunicou, na semana passada, que não fará mais campanhas publicitárias para crianças menores de 12 anos. A decisão foi tomada juntamente com o governo dos Estados Unidos que já vem a algum tempo fazendo alertas sobre os altos índices da obesidade infantil no país. A Coca-Cola se comprometeu a retirar de suas peças publicitárias as imagens de crianças sorridentes tomando os refrigerantes da marca. A decisão será implantada em 200 países, entre eles o Brasil.
A decisão da empresa, famosa por seus anúncios publicitários, foi voluntária e atende uma reivindicação também da sociedade civil brasileira engajada com os direitos das crianças e com a luta contra a obesidade infantil. Outro compromisso assumido pela empresa é colocar informações nutricionais na frente de todas as embalagens e valorizar ainda mais as bebidas dietéticas em mercados emergentes. A intenção é que, assim, a empresa passe a incentivar em seus consumidores um estilo de vida mais saudável e alertar para uma alimentação balanceada em todas as idades.
Sobre a obesidade infantil
Já é notório que os índices de obesidade infantil aumentaram exponencialmente nos últimos anos. Desde a década de 80 a obesidade passou a fazer parte das doenças pediátricas de uma forma mais pontual e hoje em dia é uma das doenças mais comuns enfrentadas por endocrinologistas e pediatras. Nos últimos 20 anos a obesidade infantil cresceu de 5% para 12% nas idades de 2 a 5 anos, de 4% para 17% em crianças entre 6 a 11 anos, e de 6,1% para 17,6% entre os adolescentes até 19 anos.
Somente no Brasil o índice de crianças e adolescentes obesos aumentou 240% nos últimos 20 anos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Força Tarefa Latino-Americana de Obesidade, entidade que reúne as principais sociedades de combate ao excesso de peso na região, já são 70 milhões de pessoas acima do peso. Segundo a Agência Brasil, esses dados representam uma despesa de