Obedeça ao "Mestre"
Anarquismos e Educação Libertária
Hariagi Borba Nunes1
RESUMO: Atividade proposta para alunxs de Ensino Médio sobre Educação Libertária e anarquismos. Abordando autores como Foucault, Bourdieu e Freire e debruçando suas teorias através de um debate aberto, horizontal e sem a figura opressora do professor. Priorizando as qualidades diversas e múltiplas dos alunxs, avaliando sua liberdade de pensar, criatividade e sinceridade dentro do sufocante espaço escolar.
Início do mergulho
Primeiramente, antes de iniciar o proposto pelo artigo, gostaria de esclarecer que todos os momentos sugeridos por mim como “aula” foram orgânicos e prezando horizontalidade de ideias e “conhecimentos”. Partindo de um direcionamento sem dualismos ao conteúdo de História, diluindo aos poucos as concepções de que esta matéria “deve”, excepcionalmente, conter datas decoradas, nomes de grandes homens, e principalmente uma “verdade” concreta.
Neste espaço de troca, denominado sala de aula, trabalhei com assuntos destinados, cronologicamente, ao período Antigo. Fugindo conscientemente do eurocentrismo, estruturalismo e classicismo, debruçando-me em trabalhar conceitos e temáticas, por meio de reflexões e questionamentos sobre o analisado.
Todas as atividades foram “estruturadas” na ótica de desconstruir o pensamento hegemônico do “certo” e do “errado”, que é alimentado, quase sempre, pela visão escolar, e canalizar o descoberto, sem julgá-lo nem exaltá-lo de forma única, entendendo a diversidade de concepções simbólicas, culturais, religiosos, filosóficas que existem e existiram no mundo como um todo. Dentro deste formato de diálogo educador-educando - abordando os conceitos freirianos de proximidade e amor como forma, revolucionária, de dar aula - necessariamente, dei lugar a debates sobre questão
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Estudante de graduação em História na Universidade Federal do Rio Grande do Sul / UFRGS.
de gênero, espaços de lutas sociais, e libertação