Obama x mccain
Neste artigo analisaremos os programas de política externa propostos pelos candidatos à presidência dos EUA. Iremos, nesse sentido, comparar as propostas de Barack Obama e John McCain tendo em vista o legado neoconservador de George W. Bush e observação das questões-chaves, como a relação com potências rivais, Organizações e Tratados Internacionais, terrorismo e Estados inimigos. Pretendemos enfocar ainda o futuro do Iraque e do Oriente
Médio e a posição com relação à liderança americana entre seus aliados.
A herança de George W. Bush
Quando George W. Bush foi eleito em 2000 os EUA já rumavam ao conservadorismo, guinada que se iniciou com a vitória republicana nas eleições de 1994 para o Congresso. Com os atentados de 11 de setembro de 2001 as condições se tornaram ainda mais favoráveis para que
Rafael Heynemann Seabra é economista pela UFRJ e mestre em Relações Internacionais pela UFF, onde lecionou e defendeu a dissertação “George W. Bush e a Coalizão Conservadora: da política externa após os atentados de 11 de setembro de 2001 ao Patriot Act”. setores da direita radical norte-americana, presentes na coalizão de Bush, especialmente os neoconservadores, atuassem de forma decisiva.
Este grupo influiu no deslocamento da política externa para uma combinação de militarismo, unilateralismo e ataques preventivos, associada à defesa dos valores norte-americanos e de sua difusão pelo mundo como algo vital aos interesses do país e como solução para estabilizar regiões conturbadas (Eisendrath & Goodman, 2004).
A reação americana não tardou e a rápida vitória obtida contra o regime Talibã no Afeganistão1 indicou que os EUA poderiam derrubar Saddam Hussein com relativa facilidade. O caráter estratégico do Iraque e da própria região do Oriente Médio permitiu uma conjunção de interesses favoráveis à mudança do regime que governava este país, e os neoconservadores puderam valer-se