não trabalho
Zapata nasceu no pequeno estado mexicano de Morelos, no vilarejo de San Miguel Anenecuilco. Naquele tempo o México era dominado pela ditadura de Porfirio Díaz, que ascendeu ao poder em 1876.2
A sociedade proto-capitalista e em muitos aspectos feudal ainda era predominante no México, com grandes fazendas (haciendas) avançando sobre as comunidades indígenas independentes (pueblos)1 ; os indígenas geralmente caíam sob a escravidão por dívida (peonagem), indo trabalhar nas haciendas. Porfirio Díaz de vez em quando promovia eleições locais para pacificar os peões, mantendo-se a frente do governo nacional que havia praticamente usurpado. Díaz deu a amigos e associados os cargos mais importantes no país, e sob ordens destas pessoas, cada vez mais se concentrava a terra em propriedade de poucos.1
A família de Zapata, apesar de não ser rica, mantinha-se independente. Nunca foi realmente ameaçada de pobreza, evitando a peonagem e mantendo sua própria terra (ranchero). Em gerações anteriores os Zapata haviam até mesmo sido "porfiristas", ou seja, haviam dado suporte a Díaz. O próprio Emiliano tinha reputação de andar sempre bem vestido, comparecendo a touradas e rodeios com seu elaborado visual charro. Conquanto sua extravagância normalmente o associaria ao hacendados, que controlavam as fazendas, Zapata parece ter mantido a simpatia, admiração e até mesmo adoração pelas pessoas de sua localidade natal, e assim com cerca de 30 anos a ele foi confiada uma chefia do vilarejo, posto que lhe tornou porta-voz dos interesses de Anenecuilco.
Apesar de não ser indígena puro (tinha ancestrais espanhóis e era considerado, por isso, mestiço), Zapata rapidamente se envolveu nas lutas dos indígenas do estado de Morelos. Ele