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O Mercosul foi implantado simultaneamente à liberalização comercial, o que traz dificuldades para a identificação dos seus efeitos no mercado de trabalho, e a década de
1990 foi marcada por várias reformas econômicas e institucionais que afetaram fortemente o mercado de trabalho, trazendo, também, dificuldades para se identificar os efeitos do Mercosul sobre variáveis como emprego, salário e pobreza.
As legislações trabalhistas também passaram por mudanças simultaneamente à implantação do Mercosul, acentuando as dificuldades de identificação e, por fim, ocorreram problemas de compatibilização de estatísticas. Esses problemasEste trabalho foi desenvolvido como segue: a seção 2 apresenta uma seleção de teorias sobre livre comércio e mercado de trabalho. Em particular, discute-se as predições básicas do modelo de Heckscher e Ohlin, e da nova teoria do crescimento. A seção 3 aborda questões sobre as legislações nacionais do mercado de trabalho e suas relações com áreas de livre comércio, e as instituições do Mercosul que tratam de questões sociais e do mercado de trabalho. A seção 4 apresenta uma seleção de trabalhos que procuram examinar os efeitos do Mercosul sobre o mercado de trabalho. A seção 5 explora algumas hipóteses que poderiam explicar os modestos impactos do Mercosul no mercado de trabalho. A seção 6 apresenta as conclusões.
2. TEORIA E EVIDÊNCIA SOBRE COMÉRCIO INTERNACIONAL E MERCADO DE
TRABALHO
De acordo com o preceito geral da teoria do comércio internacional, um país deve especializar-se na produção de bens em que ele tenha maior vantagem comparativa em razão das condições da oferta de fatores e recursos naturais. O teorema de Heckscher e
Ohlin diz que a vantagem comparativa de um país ocorre na produção de bens que sejam intensivos no fator