Não nascemos
Acadêmicos Lutam pela Relevância
NOS ANOS 20, com a prática e compêndios de contabilidade de custos cada vez mais dominados pela mentalidade da contabilidade financeira, alguns pesquisadores das escolas comerciais e departamentos de economia das universidades defenderam o desenvolvimento de sistemas de custos capazes de auxiliar rias decisões gerenciais. A abordagem da contabilidade financeira havia integrado as contas de custo ao sistema contábil de partidas dobradas pela “imputação dos custos” aos produtos, conforme atravessavam a fábrica. O sistema de “imputação de custos” acumulava todos os custos de insumos — material, mão-de-obra e despesas indiretas — numa única conta, representando o “custo” dos produtos fabricados. Depois de vários estágios dessas agregações, tomava-se impossível recuperar as porções do custo total representadas pelos vários subcomponentes, pois os custos de mão-de-obra e indiretos, ou de despesas gerais, combinavam-se, num estágio, com o custo do material transferido para o próximo estágio. Ainda que tal fluxo de custos pela fábrica e pelos registros dos contadores de custos exibisse uma elegante simplicidade, as cifras de custo resultantes tinham, como única relevância, permitir uma distribuição objetiva, ainda que arbitrária, das despesas do período, entre o que fora vendido no período e o que ainda permanecia no estoque. Sem saber a fração do custo do produto final representada por mão-de-obra, material e despesas gerais, a administração era incapaz de gerar estimativas mesmo razoáveis dos custos variáveis ou fixos. Pesquisadores acadêmicos, bem fundamentados na análise marginal da microeconomia, compreenderam a importância de distinguir custos variáveis de custos fixos, para as decisões de curto prazo. J. Maurice Clark, da Universidade de Chicago, foi um dos primeiros e mais influentes autores a defenderem a distinção entre a porção das despesas que cresce e cai em proporção