...Não foge a luta!
Eu nasci no final da ditadura militar, mas não a tempo de ver acontecer o movimento civil de reivindicação por eleições presidenciais diretas no Brasil (Diretas Já). E os anos que se seguiram foram de movimentos e manifestos na tentativa de reconstruir estruturas prejudicadas pela velha corrupção.
Eu era ainda criança quando a Constituição Brasileira de 1988 foi promulgada. Com oito anos de idade eu assisti o movimento dos estudantes brasileiros (os Cara-pintadas), realizado no decorrer do ano de 1992 e tinha como objetivo principal o impeachment do Presidente do Brasil Fernando Collor de Melo e sua retirada do posto.
Sim, eu era ainda muito pequeno para entender as razões que moviam aquelas pessoas a deixarem suas casas e saírem à luta e nem compreendia bem contra qual mostro eles estavam guerreando. É verdade, eu tinha ainda pouca idade para entender por que o Chico Mendes tinha sido assassinado em 1988. Por que em 1992 a Polícia Militar do Estado de São Paulo matou cento e onze detentos no massacre do Carandiru? Por que naquela madrugada de 1993 seis menores e dois maiores sem-tetos foram assassinados por policiais militares nas escadarias da Igreja Candelária? Por que aqueles cinco jovens de classe média-alta de Brasília atearam fogo no índio Galdino enquanto ele dormia em um abrigo de um ponto de ônibus, após participar de manifestações do Dia do Índio em 1997?
Por quê?!
Hoje eu sei bem por que motivo...
E por essa razão vimos nessa semana milhares de manifestantes saírem às ruas das várias capitais brasileiras para reclamar não apenas pelos 20 centavos a mais na tarifa do transporte público. Mas, pela ridícula aprovação do projeto de lei que visa à cura gay pela deslegitimada Comissão de Direitos Humanos do Pastor Marco Feliciano, nesta terça-feira (dia 18). Pelo comentário patético atribuído ao estilista paulista Alexandre Herchcovitch que postou considerações negativas à população do norte e nordeste pela "falta" de