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Histórico
Os agentes biológicos constituem-se no mais antigo risco ocupacional de que se tem notícia Bernadino Ramazzini (1992:66), Pai da Medicina do trabalho, em sua obra-prima datada de 1700, já fazia referência às doenças dos coveiros: “A ploebe, nas suas paróquias, põe os seus mortos amontoados em promiscuidade dentro de grandes sepulcros; quando os coveiros descem a esses antros fétidos, cheios de cadáveres semi-pútridos, para depositarem outros mortos que trazem, expõem-se a perigosas doenças como febres malignas, morte repentina, caquexia, hidropsias, catarros sufocantes e outras doenças mais, muito graves; apresentam face cadavérica e aspecto amarelado como quem vai trabalhar no inferno. Pode acreditar-se que a causa mais ativa e pior desses males pestíferos está na descida ao sepulcro pois, no seu interior, respira-se necessariamente uma atmosfera pestilenta, a qual se incorporam os espíritos animais, inabilitando-os para a sua função, isto é, para a manutenção de toda a máquina vital.”
Este grupo abrange aqueles fatores de risco decorrentes da ação dos agentes biológicos: vírus, bactérias, fungos, protozoários e etc. presentes em materiais biológicos, veiculados por seres animados (vetores) e por objetos contaminados.
O risco de contaminação é agravado pela precariedade das condições de asseio e higiene em espaços laborais – vestiários, banheiros, refeitórios, bebedouros e etc. – as quais também podem existir no acondicionamento, transporte, destino do lixo e na captação e tratamento de esgoto.
Nos processos produtivos das indústrias alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos, os trabalhadores manipulam materiais orgânicos como vísceras, ossos, soros que podem estar contaminados e até algumas matérias orgânicas em estado de putrefação que são utilizadas como matérias – primas. No setor de serviços como os hospitais e laboratórios, o contato com organismos biológicos e materiais orgânicos é