Noções sobre tratamento de esgoto
4.1- Como e quando se deve trata o esgoto sanitário
O lançamento de esgoto sanitário sem prévio tratamento, num determinado corpo d´água, pode causar deterioração da qualidade dessa água, que passaria, então, a ser uma ameaça à saúde da população. No entanto, nem sempre isso é uma verdade. Dependendo da relação entre carga poluente lançada e a vazão desse corpo d´água, a variação de qualidade pode não ser significativa. Se imaginarmos o Rio Negro, em cujas margens situa-se a cidade de Manaus, no Estado do Amazonas, certamente que as vazões máximas de esgoto sanitário daquela cidade são infinitamente menores do que as vazões mínimas do Rio Negro. Neste caso, não seria aconselhável um dispendioso sistema de tratamento de esgoto, uma vez que o seu lançamento certamente não iria afetar a qualidade da água do rio. O mesmo se poderia dizer das cidades à beira-mar. No entanto, tanto num caso quanto noutro caso, é prática aconselhável que o lançamento seja feito de maneira criteriosa, após um pré-tratamento (remoção de sólidos grosseiros e areia), e conduzidos por emissários que levem esse esgoto até um ponto onde seu lançamento não prejudique estética e sanitariamente um eventual uso dessa água para lazer de contato primário. Com isso, queremos dizer que o nível de tratamento sempre vai depender da análise das condições locais. Partindo-se para o outro extremo, um tratamento, em nível secundário, pode não ser suficiente em determinados casos, como se viu na análise feita para a cidade de São Paulo. Felizmente, do ponto de vista técnico, já são conhecidas inúmeras opções para se fazer o tratamento dos esgotos. Cada uma delas com vantagens e/ou desvantagens do ponto de vista de área necessária, eficiência obtida no tratamento, utilização ou não de equipamentos eletromecânicos com conseqüente consumo ou não de energia, sofisticação ou não de implantação e operação, necessidade ou não de mão-de-obra especializada.