Noções de psicopatologia
Cláudia Figueiredo • Turma 2 • Aluna Nº1100536
"No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas de a sociedade lidar com estes marginais. Ou é engolilos, tranformá-los em artistas, em profetas, ... ou então vomitá-los em hospitais psiquiátricos"
António Lobo Antunes
1) A Institucionalização da "loucura"
A "loucura" já tomou diversas representações na história do homem, levando séculos para ser encarada como doença com possibilidades de cura e tratamento terapêutico. Ao olharmos para o provérbio popular "De génio e de louco todos temos um pouco" compreendemos como este estaria descontextualizado ao longo da história e até muito recentemente. Isto porque os "loucos" não eram considerados como pessoas ditas "normais" e eram excluídos da sociedade e condenados ao isolamento em hospitais psiquiátricos. Basta perceber que uma das mais antigas causas ou crenças atribuídas aos transtornos mentais era a demologia, ou seja, seres malignos incorporariam na pessoa e desencadeariam comportamentos "bizarros". Tais crenças ainda se mantêm em algumas culturas que tal como refere Carlos Pires, "que este tipo de crenças se mantém nos nossos dias apesar do desenvolvimento das tecnologia se ciências da saúde" (Pires, 2003: 21). As pessoas sofredoras de doença mental, eram assim internadas em unidades isoladas da sociedade. Mas não podemos esquecer que este é um passado relativamente recente, onde pessoas com comportamentos que fugissem à norma eram retiradas dos contextos sociais em que viviam. Este era o modelo vigente para fazer frente à doença mental grave, modelo este sustentado por uma suposta “protecção social”. A mudança para um novo modelo focado no tratamento representou um primeiro passo na mudança dos modelos de intervenção nos doentes mentais, mudando o paradigma de intervenção, anteriormente focado no controle permanente e na “defesa” social.