Novos Tempos, Novos Desafios
Novos tempos, novos desafios
O debate sobre temas como inclusão social, mobilidade social e classe social ganha força crescente e certo grau de redundância no Brasil de hoje por Sérgio Sanandaj Mattos
Presentemente, no Brasil, faz-se uma reflexão sobre temas como inclusão social, mobilidade social, classe social, apontando novas tendências e interpretações da realidade social. Por certo, são temas de forte impacto ideológico, que repercutiram e compuseram a retórica política durante a última década. Em nosso país, de modo recente, políticas redistributivas vêm priorizando a redução da desigualdade. Trata-se de desnaturalizar a desigualdade. A inclusão social, antes vista como parte de uma utopia, generosa, mas utopia, emerge no debate e na agenda política da sociedade brasileira na primeira década do século XXI.
A redemocratização do Brasil coincidiu com a expansão do neoliberalismo. No decorrer da década de 1990, a hegemonia neoliberal estabeleceu uma forte predominância na America Latina. No País prevaleceram praticas como privatizações desenfreadas, submissão aos interesses do capital especulativo, precarização das condições de trabalho, criminalização dos movimentos sociais. Muitos estudiosos classificaram esses anos como "a década perdida". Muito além de um quadro de submissão às políticas neoliberais, com desmonte do Estado e precarização de direitos, a década seguinte descortinou um novo panorama.
No Brasil, na primeira década do século XXI, novos atores do fazer político personificam o sentimento dos setores excluídos da população, e o debate da inclusão social repercute, inserindo-se na agenda política
Cenário de mudanças
Na primeira década do século XXI a sociedade brasileira viveu um momento de reversão: após um período de estagnação, abriu-se um cenário de mudanças substanciais. Novos atores do fazer político personificaram o sentimento dos setores excluídos da população. O debate em torno da temática da inclusão social repercutiu