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A ética protestante A ética protestante, também denominada ética do trabalho, consiste em um conjunto de preceitos relativos à disciplina, ao trabalho, individualismo, lucros, dentre outros aspectos. A designação “protestante” deriva do fato de terem sido impulsionadas, precipuamente, pelos adeptos do protestantismo, em especial da modalidade protestante calvinista. O Calvinismo baseia-se essencialmente no princípio da predestinação, segundo o qual “Deus todo-poderoso e misterioso predestinou cada um de nós à salvação ou à condenação, sem que, por nossas obras, possamos modificar este decreto divino.” (Confissão de Westminster, 1647). Tendo em vista isto, o calvinista não dispõe de uma verdade quanto à sua salvação ou condenação divinas, fato este que o leva a procurar no mundo os sinais de sua possível escolha. Max Weber vê nesse aspecto a causa essencial que levou os adeptos do Calvinismo a uma busca incessante pelo êxito econômico, o qual representaria uma prova da eleição divina. Segundo Weber, o calvinista empenha-se em seu trabalho objetivando, sobretudo, vencer a angústia derivada da incerteza quanto à salvação eterna. O indivíduo tem, portanto, o dever de conquistar na luta cotidiana, através de seu trabalho e esforço, a certeza subjetiva de sua própria salvação e de sua justificação. Dessarte, a confiança em si mesmo e a certeza da graça é adquirida mediante o trabalho incessante em uma ocupação profissional. Essa concepção religiosa favorece, ademais, o individualismo, segundo o qual todos os seres humanos se encontram sozinhos diante de Deus. Esse aspecto contribuiu para o enfraquecimento do sentimento de solidariedade entre os indivíduos, culminando, por conseguinte, com um respectivo individualismo econômico. A ética protestante prega ainda um sentimento ascético no que concerne aos bens terrenos, impulsionando em seus adeptos uma atitude positiva quanto ao acúmulo de capital e de refutação aos dispêndios excessivos. Assim, o indivíduo deve buscar