novo presidente
NATUZA NERY
ANDRÉIA SADI
BRASÍLIA
05/10/2014 02h00
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"Não está morto quem peleia, disse uma ovelha cercada por lobos." A frase é ouvida da boca de Dilma Rousseff (PT) nos momentos difíceis ou quando se sente acuada.
Foi com esse espírito que, no fim de agosto, a presidente recomendou "sangue frio" à equipe ao ver Marina Silva disparar nas pesquisas de intenção de votos em velocidade impressionante.
A nova rival saltara 13 pontos em apenas duas semanas, logo após assumir a candidatura ao Palácio do Planalto depois da trágica morte de Eduardo Campos (PSB), no dia 13 de agosto.
Campanha Dilma Rousseff
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Alan Marques - 10.set.2014/Folhapress
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A velocidade da escalada da ex-colega de Esplanada dos Ministérios assombrava o comitê petista de tal forma que, ao menos entre os mais alarmados, havia quem cogitasse uma vitória da adversária ainda no primeiro turno.
A apreensão tomou conta. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguia esconder a tensão. E disparava telefonemas.
"Olha, a tia tem que ir para a rua, a tia tem que se movimentar!", ordenava o ex-presidente, usando uma habitual, porém reservada, forma de tratar sua sucessora toda vez que cobra algo.
A campanha petista ficou a um passo de perder o rumo. Uns aconselhavam esperar o PSDB atacar a nova candidata; outros diziam que não dava para "terceirizar" a campanha. Enquanto não se decidiam, Marina crescia.
Coube a Dilma o freio de arrumação. "Ela é mais perigosa que os tucanos. Vamos ter de jogar no erro dela", disse a presidente durante reunião de coordenação de sua campanha no fim de agosto.
Para a presidente, o "perigo" se traduzia em três variáveis bem objetivas: Marina pegava parte do eleitorado petista, sintetizava as manifestações que sacudiram o país em junho de 2013 e atraía o eleitorado majoritário que ansiava por mudanças.