Novas abordagens na teoria administrativa
Professor do Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas
O objetivo deste artigo é apresentar uma rápida apreciação sobre o estado atual de algumas novas abordagens da teoria administrativa. Trata-se de uma amostra de algumas tendências marcantes que escolhemos como representativas para algumas conclusões. Obviamente, restringimo-nos à escolha de algumas variáveis, definições e assuntos dentro de um tratamento genérico, tendo em vista o tamanho deste trabalho.
1. A TEORIA ADMINISTRATIVA E O SEU AMBIENTE
Ao retratar a história da ciência, Kuhn1 rejeita a afirmação de que a ciência avançou simplesmente pela gradativa e cuidadosa acumulação de dados acerca de determinados conhecimentos. Ao invés dessa abordagem cumulativa, Kuhn afirma que a história da ciência centralizou-se na emergência de novos paradigmas que melhor definem a natureza da realidade que está sendo considerada através de abordagens originais. No fundo, Kuhn alega que a história da ciência é a história da competição entre diferentes paradigmas capazes de explicar o universo de entidades existentes ou não, a natureza de problemas admissíveis e os padrões pelos quais a solução de um problema pode ser julgada adequada. Um paradigma sucede a outro à medida que se torna claro que este é incapaz de explanar ou explicar adequadamente um novo problema.
Parece, todavia, que tal não ocorre com a teoria administrativa. Para Brandenburg,2 por exemplo, o pensamento administrativo é um corpo de conhecimentos cujo progresso é quase sempre cumulativo e adaptativo: hiatos são preenchidos, deficiências corrigidas, novos conhecimentos são sistematicamente expandidos e novas conclusões passam a relacionar e complementar idéias ou lacunas existentes. O que se verifica é que a teoria administrativa acompanha com certo atraso a época e o pensamento dominante. As práticas e os conceitos