Nova Organum
Novum Organum - Bacon
O texto inicia-se com as palavras de que o homem “faz e entende tanto quanto constata”, assim, entende-se que o homem constata apenas os efeitos de um fenômeno, quando não há uma investigação mais aprofundada sobre quais foram as causas que permitiram tal efeito. O que a ciência busca estudar são as causas, pois deste modo permite que se tenha um conhecimento à priori dos fatos, antecipando-se à experiência, o que não seria possível caso a ciência focasse apenas nos efeitos.
O autor defende que a melhor demonstração de um fenômeno é a experiência, contudo critica o método atual de como as experiências são realizadas, pois não há um objetivo fixo e nem uma delimitação de como irá se alcançar o resultado. Com isso, acumula-se uma série de informações sem valor. Ressalta ainda que em qualquer espécie de experiência, deve-se buscar os axiomas lucíferos e não os axiomas frutíferos. Pode-se entender como “Axiomas Lucíferos” aqueles que são imprescindíveis para a descoberta das causas, “Axiomas Frutíferos” como aqueles encarregados pelas descobertas do fenômeno ou objeto estudado por meio de método apropriado. Assim, coloca-se como exemplo os experimentos na medicina, no qual os experimentos foram deduzidos a partir da descoberta das causas, e com base nesses resultados é que “os homens construíram os sistemas filosóficos, buscando e assinalando as causas.”.
O que possui como fundamento a Natureza cresce e se desenvolve, se enriquecendo às luzes da experiência, tal como as artes mecânicas, que estão em continuo progresso e desenvolvimento. A ciência se desenvolve através de experimentos que em si não transmitem nenhuma utilidade, mas são indispensáveis para o descobrimento das causas. Se tomarmos o trabalho de um artesão, por exemplo, ele não se importaria com a questão científica e propriedade de seus materiais, como a argila, já que este tipo de trabalho reúne grande parte de conhecimento obtido