Nova Arquitectura Portuguesa
INSTITUTO CAMÕES
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA PORTUGUESA
CONTEMPORÂNEA
MÓDULO DE ARQUITECTURA
Trabalho Escrito
Maria Soledade Sanchez Diamantino dos Santos
11 de Abril de 2010
cpc abril 2010
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Hoje, a arquitectura portuguesa caracteriza-se por um sincretismo de tendências, abrindo-se à globalização, à experimentação pessoal e à síntese multicultural, sem contudo abdicar daquilo que a identifica e a torna internacionalmente reconhecida e apreciada.
Figueiredo e Rosa (2006)1 afirma a singularidade da arquitectura portuguesa como decorrente do confronto entre a procura de soluções técnicas e estéticas modernas, e a realidade produtiva portuguesa de recursos tecnológicos escassos e apoiada sobretudo nos valores do artesanato tradicional.
«Em Portugal, a lenta modernização imposta pelo “Estado Novo” até ao pósguerra, para além do perverso atraso imposto ao País, teve o efeito de atrasar o consumismo e a especulação imobiliária, só tornada visível a partir do fim dos anos
50. Estes movimentos cíclicos de atraso e modernização na cultura portuguesa permitiram a simultaneidade entre a continuidade da tradição e a entrada no processo de modernização. Este facto terá facilitado aos arquitectos portugueses equacionarem as premissas mais problemáticas do moderno, permitindo-lhes aproximarem-se dos seus valores em simultâneo com modos de actuação locais, valorizando outros parâmetros arquitectónicos, como o contexto, o significado do sítio, a importância dos materiais, os métodos ancestrais e ao mesmo tempo apostando na invenção formal e domínio das técnicas instrumentais disponíveis (com poucos recursos tecnológicos) de modo a responder às solicitações dos novos pedidos.» (pág. 501).
É a partir da revolução de 1974 que Portugal se impulsiona para a modernidade. Após a construção funcional e de linhas “castrenses” característica do Estado Novo, a arquitectura portuguesa acompanha o processo de rupturas e o forte desejo de modernização e democratização que