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Pinker refere-se a estudos como o de Henry Harpending, um antropólogo da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, e o de John Hawks, da Universidade de Wisconsin-Madison. Eles catalogaram mudanças genéticas de 270 chineses da etnia han, japoneses, africanos da etnia ioruba e europeus nórdicos. Chegaram à conclusão de que ao menos 7% dos genes humanos sofreram evolução nos últimos 5 mil anos, ou seja, desde a invenção da escrita e o surgimento das primeiras civilizações.
Resultados como esse sugerem que não apenas a evolução humana continua, mas também seu ritmo aumentou desde que o homem se tornou a espécie mais poderosa do planeta. Uma das razões para isso é puramente matemática: somos 6 bilhões de pessoas, muito mais gente que em qualquer época anterior. Quando o número de cópias aumenta, a diversidade tende a aumentar.
Há outros motivos. A agricultura e a domesticação de animais, por exemplo. Elas surgiram há 10 mil anos, de forma independente ao redor do planeta. “Nos últimos 10 mil anos, os humanos evoluíram cem vezes mais rápido que em qualquer outro momento desde a separação de nossa linhagem daquela dos ancestrais do chimpanzé”, afirma o paleontólogo americano Peter Ward, da Universidade de Seattle.
O que a agricultura e a domesticação de animais têm a ver com evolução? Um exemplo é o desenvolvimento da tolerância à lactose. Ao desmamar, mais de 80% dos bebês perdem a capacidade de digerir a lactose, o açúcar do leite. Mas a grande maioria dos europeus e seus descendentes mantêm essa tolerância, em diversos graus, ao longo da vida. A razão é uma mutação genética ocorrida em tribos da Europa Central. Quando passaram a criar gado, a