Notas Sobre o Processo de Industrialização Recente no Brasil
As Etapas de Recuperação (1967/70)
Os fatores de recuperação da indústria brasileira recente a partir de 1967 são:
A reforma fiscal e financeira de 1966 melhorou as condições de financiamento do gasto público e de investimentos tradicionais;
A elevação e reestruturação dos preços dos serviços de utilidade pública e a negociação externa reanimaram o setor de material elétrico, os grandes construtores e as firmas de engenharia;
O crédito ao consumidor acoplado ao instrumento da correção monetária com desconto antecipado dos títulos reanima a demanda de bens duráveis de consumo;
O sistema financeiro de habitação reanima e ativa a construção civil residencial;
Incentivos à exportação que permitem subsídios à produção têxtil, de calçados e de maquinaria, auxiliando a recuperação;
A política de salários e a política de financiamento favorecem a concentração de renda que realimenta o consumo da classe média alta;
Todos esses fatores têm grande impacto no emprego e no crescimento da renda urbana realimentando a demanda corrente. Assim, a retomada de acumulação de capital deve-se muito mais a fatores exógenos do funcionamento corrente do sistema industrial do que a capacidade ociosa gerada pelo investimento do período anterior.
Só depois que se elevam o consumo de duráveis começa o encadeamento das relações interindustriais que reativa a demanda dos demais setores da indústria de transformação a partir de 1967. A indústria de transformação passa a liderar o crescimento global do PIB e alcança os níveis de ocupação de capacidade que induzem a uma aceleração do nível de investimento a partir de 1970.
O Auge do Ciclo (1970/73) A partir de 70/71 a capacidade ociosa da indústria estava esgotada e o período de retomada do crescimento acelerado de produção industrial tem como resultado uma forte elevação da taxa de acumulação de capital na própria indústria de