NOTAS SOBRE A TRANSITIVIDADE VERBAL
Mário A. Perini e Lúcia Fulgêncio relatam no texto, os resultados de um trabalho que está sendo realizado na UFMG com o objetivo de renovar a gramática e também o ensino desta nas escolas. Os autores abordam questões sobre a transitividade (regência verbal, subcategorização verbal e termos que usamos como sinônimos). Segundo eles, os verbos são tradicionalmente, subcategorizados de acordo com os complementos que exigem ou recusam. Os verbos intransitivos recusam objeto, os verbos transitivos exigem objeto direto ou indireto e há ainda os verbos de ligação que exigem predicativo do sujeito. Os autores afirmam que esta colocação peca por confundir o aspecto semântico e o formal da questão. Para Mário e Lúcia, tanto às noções de “exigência” e de “recusa” são pouco importantes para descrever a transitividade dos verbos e a ocorrência ou não dos objetos tem outra explicação. Mateus et al., 1983; e Martinet, 1973 são citados como autores que tentam recolocar a questão da subcategorização verbal, porém as prendem às noções de “exigência” e de “recusa” e portanto estão abertas às mesmas críticas feitas à posição tradicional. Mário A. Perini e Lúcia Fulgêncio abordam uma hipótese inicial: qualquer verbo pode aparecer com ou sem objeto direto, sujeito, objeto indireto, adjunto adverbial, etc. Porém restringem essa hipótese, mais tarde através da formulação de exigências quanto de recusas, percebem que estas noções não são inúteis, pois contribuem para a descrição de muitos verbos. A primeira restrição é que os verbos normalmente exigem sujeito; os casos de verbos com sujeito opcional são excepcionais e, portanto devem marcados como tais no léxico. O fato de que as orações na voz passiva também exigem sujeito talvez possa estar relacionado com a exigência que a maioria dos verbos faz da presença de um sujeito. Os autores relatam que há alguns verbos como: nascer e falecer que parecem recusar objeto