Notas para uma antropologia da família de joão carlos petrini
Este trabalho é parte das atividades avaliativas da disciplina Sociologia e Antropologia ministrada pelo professor Everton Ricardo dos Reis
Maio 2012
João Carlos Petrini, em seu texto Notas para uma Antropologia da Família, enfatiza a importância da entidade familiar para a constituição e socialização do indivíduo, ainda que esteja constantemente sendo reavaliada, reorganizada, ressignificada.
A acelerada transformação das dinâmicas sociais – resultado da conquista de direitos entre minorias, de avanços científicos antes inimagináveis, da ascensão de novos ideais econômicos e políticos, etc. – impõe também à família uma nova dinâmica: antigamente, por exemplo, havia maior trabalho e sacrifício na manutenção das relações familiares. Hoje, em contrapartida, desde que tais relações foram alocadas prioritariamente na esfera do “lazer”, estão cada vez mais perdendo espaço para a esfera “profissional”.
Esse fato pode ser notado principalmente em decorrência de um novo paradigma social: o ideal de felicidade tem sido bastante atrelado à ideia de sucesso profissional. Para atender a essa nova expectativa, os indivíduos relegam a constituição familiar ao segundo plano, para o momento em que suas vidas profissionais já estiverem suficientemente “estáveis”.
Outros exemplos, apontados pelo autor para ilustrar a transformação por que vem passando a família, são: a busca pela “igualdade” entre os cônjuges; a democratização na relação entre pais e filhos; o crescimento de uniões “informais”; e as novas concepções criadas a respeito do amor, da sexualidade e da fecundidade.
A igualdade entre cônjuges, ainda que relativa, já que homem e mulher são genuinamente semelhantes, por possuírem a dimensão racional e passional, e diferentes, por possuírem especificidades biológicas, traduz-se principalmente pela busca por uma família menos pautada na centralidade masculina. Tal busca