Notas economia
Imagine que você queira comprar um carro usado: um Gol ano 98, por exemplo. Você encontra este modelo em várias lojas da cidade, mas quando volta para casa, você vê o Gol 98 do seu vizinho com uma placa de “vende-se” na janela. Qual carro você irá preferir: o da loja ou do seu vizinho? Agora, coloque-se na pele de um gerente de produção que precisa contratar um engenheiro. Você tem inúmeros currículos na sua mesa, mas um deles é do filho do seu amigo, que você conhece desde pequeno. Qual seria sua escolha natural? Ambos os casos tratam da questão da Informação Assimétrica, uma das teorias mais importantes para entender o funcionamento dos desvios de eficiência no mercado de trabalho.
Depois do Nobel de Economia para a Teoria dos Jogos em 1994, a comunidade acadêmica tem se interessado cada vez mais pela Microeconomia, como foi o Nobel de 2001 para a Informação Assimétrica. Determinados mercados, como os de carros usados, seguros, crédito e serviços especializados têm a característica de uma das partes saber muito mais do que a outra sobre a real qualidade do que está sendo negociado. O vendedor do carro usado sabe muito mais sobre o estado do veículo que o comprador. Quem contrata um plano de seguro médico conhece melhor seu próprio estado de saúde que a empresa de seguro. E, no caso do mercado de trabalho, o empregado também sabe muito mais sobre si mesmo que o empregador.
A Informação Assimétrica, porém, tem uma conseqüência nefasta sobre os vendedores: a Seleção Adversa. Quando compradores e vendedores não têm como determinar a real qualidade do produto, fazendo com que produtos de qualidades distintas sejam vendidos pelo mesmo preço, a Seleção Adversa cria um desvio de eficiência no mercado. Este desvio se traduz em uma depreciação indiscriminada de preços. Para entender o efeito da Informação Assimétrica sobre o mercado de trabalho, o ganhador do prêmio Nobel George Akerlof estudou o mercado de carros usados nos Estados