Norma e Transgressão Carmen Soares
Durante a construção de sua identidade, ou personalidade, o indivíduo utiliza-se do seu “eu” juntamente com vários “outros”, que interagem entre si e resultam em diversos meios de agir, refletir e conviver; desta forma faz-se necessário o convívio entre pessoas para obter-se a consciência da identidade, onde se pode verificar que “... a experiência da identidade (do eu) nasce e consolida-se em correlação com a experiência da alteridade (do outro).” (pg.3).
A pessoa usa-se ainda do “outro” em forma de passado, para a construção da sua identidade, assim interagindo não apenas com o(s) grupo(s) e sociedade(s) em que se situa, como também com o(s) seu(s) legado(s), tomando para si o conhecimento do passado, e interpretando-o conforme as suas convicções e o seu “eu” já pré-estabelecido.
Desde o início das sociedades, pessoas com diferentes personalidades e culturas convivem de modo a compartilhar suas experiências, “... o que se pode designar por multiculturalismo de convivência.” (pg. 2), ou limitam-se a ocupar o(s) mesmo(s) espaço(s), não compartilhando suas culturas o que se pode denominar multiculturalismo de coexistência, diante de diferentes personalidades é necessário o estabelecimento de normas.
Segundo o texto, a autora verifica a contribuição das Histórias de Heródoto para a construção da identidade/alteridade através de percursos de transgressão à norma, começando por analisar as civilizações Gregas e não Gregas, chamados Bárbaros. Nestas sociedades não se verificar um cumprimento rigoroso dos hábitos e valores institucionalizados, onde os jovens são apontados como o grupo etário mais suscetível a romper as normas, seja por inexperiência, inadequação aos valores estabelecidos ou falta de critérios e/ou reflexão.
Para Heródoto, as normas tem um papel