Noberto Bobio
Tolerância
Não violência
Livre debate de ideias
Fraternidade
Para Norberto Bobbio, quando se fala de tolerância no seu significado histórico predominante, o que se tem em mente é o problema da convivência de crenças diversas. Atualmente, o conceito de tolerância é generalizado para o problema da convivência das minorias étnicas, linguísticas e raciais.
Robert Weaver Shirley define etnocentrismo como “a crença firme na verdade da própria cultura de alguém. O etnocentrismo é a ideia de que a própria cultura e crenças de cada um são a verdade ou, pelo menos, a maneira superior de lidar com o mundo
A tolerância, contudo, é tida como um mal necessário. Ela não implica a renúncia à própria convicção firme, mas pura e simplesmente a opinião de que a verdade tem tudo a ganhar quando suporta o erro alheio. O tolerante, por razões práticas, dá muita importância ao triunfo de uma verdade, a sua, mas considera que, através da tolerância, o seu fim, que é combater o erro ou impedir que ele cause danos, é mais bem alcançado do que mediante a intolerância. Segundo John Locke, um dos maiores teóricos da tolerância, “a verdade não precisa da violência para ser ouvida pelo espírito dos homens”. Todos estes componentes integram a arte combinatória do pacifismo ativo de Bobbio, por ele desdobrado em três vertentes, tendo em vista o seu foco - vale dizer, o da ação sobre os meios, sobre as instituições e sobre os seres humanos.
O pacifismo instrumental, da ação sobre os meios, almeja eliminar, ou pelo menos reduzir, os armamentos que são os meios de condução da guerra. Estimula, ao mesmo tempo, através das técnicas da solução pacífica de controvérsias, a prática da não violência e a eliminação do uso da força armada no plano internacional, abrindo espaço nas modalidades da mediação, da conciliação, da arbitragem, da solução judicial, para a figura do terceiro em prol da paz, que constrói o entendimento que as partes, por si só, não são