No ensino de Línguas para fins acadêmicos
As relações entre contexto e texto são expressas pela interação entre tradições culturais e um dada situação de produção textual, em que se determinam forma e conteúdo de um texto. Tanto forma quanto significado são socialmente construídos e respondem a demandas das circunstancias imediatas e da tradição cultural (Jamieson, 1975:414-15). Em contrapartida, os textos dão forma às praticas sociais constituídas na linguagem. Textos e contextos, portanto, são mutuamente previsíveis ou mutually predictive, nas palavras de Halliday & Martin (1993:22).
A característica da autoria é que as escolhas acerca do objetivo da escritura, do conteúdo e do estilo do texto, bem como do publico-alvo são prerrogativa e responsabilidade de quem escreve (Ivanic 1998:26; 219; 341), evidentemente que com base na cultura do grupo social a quem o texto se destina.
Ao invés de refletir sobre regras de operações gramaticais ou estruturas textuais básicas, o aluno antes reflete sobre o contexto, as condições sob as quais os textos são produzidos e consumidos (o ambiente social em que a língua escrita desempenha função), para entender os usos dos elementos formais da língua. Em ensino de língua portuguesa, discute-se questão semelhante em termos do ensino de gramatica reflexiva para a interação (Travaglia, 1993);
Analisar a relação entre praticas sociais e discursivas torna mais fácil a vida do autor novato, pois lhe possibilita prever como a linguagem se articula apropriadamente naquele contexto e possibilita também revisar seu texto com mais prioridade. Afinal, aprender a língua é aprender a analisar o discurso (McCarthy & Carter, 1994:134).
Para orientar o aluno na recriação do contexto e da linguagem, a LSF oferece as variáveis de Campo, Relação e Modo,