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PARÁFRASE“Ocorre um jogo de diferenciação em relação ao texto original, sem que, contudo, haja traição ao seu significado” (Sant’Anna 1985:24). A linha temática converge, mas o texto produzido não é o mesmo, posto que o momento seja outro e o produtor também. Meserani (1995) afirma que a paráfrase sempre se remete a uma obra que lhe é anterior para reafirmá-la, esclarecê-la, deixando a intertextualidade marcada. É assim que, todo texto traz a marca de outros textos, tornando-se um objeto heterogêneo que “revela uma relação radical de seu interior com seu exterior; e, desse exterior, evidentemente, fazem parte outros textos que lhe dão origem, que o predeterminam, com os quais dialoga, retoma, alude, ou a que se opõe.” (Koch, 1997:46).
É nessa perspectiva teórica, tendo em vista o caráter heterogêneo do texto, que podemos compreender a paráfrase como uma retomada explícita e consciente de outro texto, utilizando-o como pretexto, matéria prima para uma nova produção. Sant’Anna (1985:28) afirma que “falar de paráfrase é falar de intertextualidade das semelhanças”, afinal o novo texto não diverge do texto parafraseado, mas assemelha-se a ele, mantendo a mesma perspectiva. Contudo, isso não significa que seja o mesmo texto, mas sim um novo discurso, permeado, se o produtor assim desejar, por criatividade e trabalho. O produtor pode e deve se desvencilhar da sinonímia discursiva e lançar mão de suas idéias e criatividade para produzir o novo discurso, embora sem perder a perspectiva do texto original, pois do contrário a paráfrase não ocorreria. Sendo assim, não podemos perder a idéia de que “parafrasear é entregar-se a uma atividade de reformulação pela qual se restitui o sentido de um discurso (enunciado ou texto) já produzido (...)”. Fuchs (apud Meserani,1995:109). É uma forma de estabelecer relação com outra obra que lhe é anterior e assim estabelecer também a relação de intertextualidade. Muitas vezes, pela contraposição com a paródia, que é entendida como