Niède Guidon
Introdução:
Para compreendermos algumas informações sobre a música e a censura na época do golpe militar, que foi deflagrado em 1964, havia neste período movimentos políticos sociais como sindicatos, movimentos estudantil, movimentos de trabalhadores onde todos tinham grande representação diante do destino da nação brasileira. Com a chegada da Ditadura Militar estes movimentos se acabaram ou ficaram as escondidas. No ano de 1968, os estudantes ainda continuavam a ser o maior inimigo do regime militar, e com isto passaram a realizar protestos por meio da música. Portanto surgiram grandes cantores e compositores neste período, porém muito de suas músicas e composições eram vetadas na integra ou parcialmente, mas alguns deles criaram formas de tapear a censura com o uso de palavras com duplo sentido, introdução de barulhos de buzinas, batidas de carro entre outras.
Segundo Raul Seixas “Está na praça já chegou o dicionário do censor de A até Z. Tem o que você pode ou não dizer, antes de pôr no papel o que você já pensou. Veja se na sua frase tem palavra que não pode, substitua por uma que pode. Você não queria assim ... mas que jeito? O dicionário do censor é quem decide não o autor, um exemplo pra você se na página do “P” não consta povo é porque não pode, vê no “O” tem escrito ovo e pode, se o sentido não couber esqueça, risque tudo compositor, seu dever é decorar as que pode musicar no dicionário da censura nem botaram dentadura.
Com o decreto a Música começa a ser classificada:
A Música Popular Brasileira começa a atingir as grandes massas, ousando a falar o que não era permitido à nação. Diante da força dos festivais da MPB, no final da década de sessenta, o regime militar vê-se ameaçado. Movimentos como a Tropicália, com a sua irreverência mais de teor social-cultural do que político-engajado passou a incomodar os militares. A censura passou a ser a melhor forma, para a ditadura combater as músicas de