Nietzsche e Dostoievsky

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Disciplina: Filosofia da Religião II
Docente: Prof(o). Paulo Afonso
Discente: Maciel de Freitas Silva Braga
Deus em Nietzsche e Dostoievsky
O presente trabalho faz uma breve análise da concepção de Deus no Pensamento do Filósofo alemão Nietzsche e no pensamento expresso nas obras do romancista russo Dostoievski. A concepção de Deus é um tema recorrente no pensamento filosófico e possui variadas concepções, como a cena descrita por Nietzsche, em que um homem sai em uma determinada hora a procura de Deus.
“– Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu uma lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a gritar incessantemente: “Procuro Deus! Procuro Deus!”? – E como lá se encontrassem muitos daqueles que não criam em Deus, ele despertou com isso uma grande gargalhada. Então ele está perdido? perguntou um deles. Ele se perdeu como uma criança? disse um outro. Está se escondendo? Ele tem medo de nós? Embarcou num navio? Emigrou? – gritavam e riam uns para os outros. O homem louco se lançou para o meio deles e trespassou-os com seu olhar. “Para onde foi Deus?”; gritou ele, “já lhes direi!” Nós o matamos – vocês e eu. Somos todos seus assassinos! “Mas como fizemos isso?”... (Nietzsche 2001, A Gaia Ciência.)”

Em Nietzsche o homem criou Deus porque sentia desprezível. Agora que Deus morreu sobram duas saídas; a primeira é não sentir-se mais desprezível e divinizar-se, fazer de si mesmo Deus, a segunda é continuar a considerar-se como os crentes, isto é, como ser finito e limitado. Sem, contudo, sentir-se desprezível: o ateísmo fácil. O grande desprezo de si que o Deus moral criou no homem faz com que este num determinado momento não suporte mais a própria compaixão que lhe promete o perdão; assim o Deus do desprezo gera o desprezo de Deus, e que mais sofre. Pretendia também curá-lo de seus males. Quando o Deus dos impotentes morre, a existência fica estéril e doente, pois o ideal a esvaziou de seu sentido