Nietzsche - as metamorfoses do espírito
Douglas Henrique Almeida da Silva
No texto de Nietzsche “Das três metamorfoses do espírito”, ele coloca, em narração alegórica, fases do desenvolvimento do espírito que, segundo ele, o deixa (o espírito) livre para conquistar seu “próprio mundo”. Na sua compreensão, o espirito se desenvolve em três “estágios”: camelo, leão e a criança. Aqui trataremos de um por um e relacionando com as instituições seguintes: igrejas ou religião, Estado ou governo e família. Primeiro Nietzsche trata do camelo como sendo a fase do espirito rebaixo ou aprisionado a um sistema do qual ele se cala porque assim aprendeu ser sensato. Nesse caso, o camelo se identifica com as pessoas que são chamadas base dos processos sociais e econômicos. O camelo recebe as regras ou leis éticas e morais e não as discute, apenas as aceitam que elas sejam carregadas sobre si. Ele é quem sustenta as instituições, tanto Estado como igrejas e família. Todo o trabalho é lançado sobre ele. Ele “deve”. Em resumo, o camelo não tem vontade. O leão é a segunda fase do desenvolvimento do espírito de Nietzsche. Nesta fase o espírito entra numa fase de choque com a realidade. O leão quer a realização de suas vontades e elas, normalmente, são contra aquilo que é dito pelas instituições. No Estado, o leão seria, por exemplo, os movimentos sociais que lutam contra uma determinação do governo ou querem que o governo determine algo a favor de seu grupo. Nesta visão, o leão é filho rebelde da família que quer contrariar a vontade do pai em busca de sua liberdade. Na religião, o leão seria aquele que contrapõe as regras ou dogmas, tradição ou costumes de sua religião, como Martinho Lutero (Martín Luther, em alemão). A criança, que é o terceiro estágio da metamorfose do espírito, seria uma espécie de amadurecimento do leão, porém com uma certa inocência. A criança tem a capacidade de esquecer aquilo que era dito como esquema ou