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1. Um breve percurso histórico
“(...) o surgimento dos estudos sobre o texto faz parte de um amplo esforço teórico, com perspectivas e métodos diferenciados, de constituição de um outro campo (em oposição ao campo construído pela Linguística Estrutural), que procura ir além dos limites da frase, que procura reintroduzir, em seu escopo teórico, o sujeito e a situação da comunicação, excluídos das pesquisas sobre a linguagem pelos postulados dessa mesma Linguística Estrutural – que compreendia a língua como sistema e como código, com função puramente informativa” (BENTES, 2006, p. 245).
Diferentes abordagens, surgidas na década de sessenta, objetivavam “construir uma Linguística para além dos limites da frase, a chamada ‘Linguística do Discurso’” (BENTES, 2006, p. 246). Este artigo aponta algumas diferenças entre as tradições anglo-saxônica e francesa de estudos sobre o discurso/texto.
“Na história da constituição do campo da Linguística do Texto, podemos afirmar que não houve um desenvolvimento homogêneo. (...) Mas, de uma forma geral, é possível distinguir três momentos que abrangeram preocupações teóricas bastante diversas entre si” (BENTES, 2006, p. 246).
• Primeiro momento: interesse pela análise transfrásica (pois haviam fenômenos que não conseguiam ser explicados pelas teorias limitadas ao nível da frase (sintáticas e/ou semânticas));
• Segundo momento: descrição da competência textual do falante através de gramáticas textuais (provocada pelo interesse científico no gerativismo);
• Terceiro momento: estudo do texto dentro de seu contexto de produção, elaboração de uma teoria do texto (visto aqui como um processo) (p. 246-247).
“Na análise transfrásica, parte-se da frase para o texto. Exatamente por estarem preocupados com as relações que se estabelecem entre as frases e os períodos, de