Newton
Newton Duarte2
Iniciarei esta apresentação defendendo a tese de que a assim chamada Pedagogia das Competências é integrante de uma ampla corrente educacional contemporânea, a qual eu chamarei de Pedagogias do “Aprender a Aprender”. Já há algum tempo venho desenvolvendo um estudo acerca dessas pedagogias, por meio de uma pesquisa de cunho teórico-bibliográfico que realizo com apoio do CNPq, pesquisa essa intitulada O Construtivismo: suas muitas faces, suas filiações e suas interfaces com outros modismos.
Philippe Perrenoud, em seu livro Construir as Competências Desde a Escola, afirma que “a abordagem por competências junta-se às exigências da focalização sobre o aluno, da pedagogia diferenciada e dos métodos ativos” (Perrenoud, 1999: 53). Convém lembrar que a expressão métodos ativos é utilizada como referência às idéias pedagógicas que tiveram sua origem no movimento escolanovista. Alguns parágrafos mais adiante, nesse mesmo livro, Perrenoud afirma que “a formação de competências exige uma pequena ‘revolução cultural’ para passar de uma lógica do ensino para uma lógica do treinamento (coaching), baseada em um postulado relativamente simples: constroem-se as competências exercitando-se em situações complexas” (Perrenoud, 1999: 54). Esse aprender a aprender é, portanto, também um aprender fazendo, isto é, learning by doing, na clássica formulação da pedagogia de John Dewey. Perrenoud expressou-se da seguinte maneira na entrevista que deu à Revista Nova Escola no ano passado:
Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar por problemas e projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia ativa, cooperativa, aberta para a cidade ou para o bairro, seja na zona urbana ou rural. Os professores devem parar de pensar que dar aulas é o