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Como eles compram droga na universidade
20-06-2011
Por Raquel Lito
O telemóvel não parava de apitar. O chat do Messenger disparava com mensagens. O Skype estava sempre ligado. A qualquer momento tinha de estar contactável. Rodrigo, 22 anos, aluno universitário, sempre impecavelmente vestido de camisa aos quadrados e calças de marca, aguardava um pedido de encomenda. Algo ilícito que fazia circular pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, onde está matriculado há vários anos.
Com descontracção, Rodrigo aprendeu a dominar as técnicas subtis para traficar drogas leves e pesadas na sala de aula e nos cafés da faculdade. Os colegas desconfiavam, mas não reprovavam. Até porque quatro a cinco deles, directa ou indirectamente, mostravam interesse na compra. Para corresponder aos pedidos dos clientes, cumpria escrupulosamente uma agenda. De quarta a sexta-feira, vendia haxixe e cocaína em pequenas quantidades (55 a 60 euros o grama, dependendo do fornecedor). Às segundas e terças abastecia-se nos dealers exteriores à faculdade, a preços mais baixos (35 a 40 euros).
Durante as aulas, a transacção decorria perante os colegas, entre as mesas, com o dinheiro a passar pelos livros. Discreto, Rodrigo sentava-se ao lado do comprador para facilitar a troca.
“O professor não notava nada. Medo temos sempre, mas à medida que fazemos isso muitas vezes, acabamos por ficar convencidos de que nada acontece e depois já nem se pensa muito nisso”, conta à SÁBADO.
Com tantos códigos e cumplicidades entre alunos, a maioria do tráfico universitário, cada vez mais elevado, passa despercebido. Não há registo em Portugal de uma rusga semelhante à que aconteceu a 7 de Dezembro passado, na Universidade da Columbia, Estados Unidos. As autoridades apreenderam € 8.069,37 de droga, entre marijuana, cocaína e ecstasy. Em meados de Março passado foi a vez de uma equipa de repórteres do canal espanhol El Mundo TV revelar numa reportagem de 50 minutos o