Neurose

Convivendo com as neuroses dos outros

Alguém um dia me perguntou se quem vive ao lado de pessoas doente psiquicamente, corre o risco de ficar “louco”, pois essas pessoas as torturam psicologicamente. O que fazer?
Bem, primeiramente é importante entendermos que certos comportamentos psíquicos, dentro deles, os comportamentos neuróticos, não são provenientes de mau caráter ou péssimas qualidades, mas pode ser considerada como uma doença do psiquismo onde representa uma variedade de condições psiquiátricas, nas quais a angústia emocional ou conflito inconsciente são expressados através de várias perturbações que podem ser físicas, fisiológicas e/ou mentais. E entender esse problema sob essa ótica, pode ajudar a quem está perto a entender aqueles que sofrem algum tipo de neurose ou doença psíquica. Muito bem. E se uma pessoa com essas características não aceita esse diagnóstico e consequentemente não aceita o seu tratamento?

Compreendendo a desordem
Então, a neurose é uma desorganização do funcionamento adequado da personalidade em seu ambiente. O choque originado dessa desordem pode gerar uma personalidade neurótica a partir do conflito entre as necessidades sociais e as biológicas do homem. Esse embate leva o neurótico a utilizar mecanismos para evitar o contato social, que o impossibilita de experimentar a vida e os relacionamentos de modo criativo e amoroso. Para a psicanálise a neurose pode ter raízes nos mecanismos de defesa do ego (tema a ser explicado na próxima edição da revista). Assim ele se exclui, se afasta do mundo; e quanto menos chances tiver de satisfazer suas necessidades sociais, maior a violência do seu ciclo saudável.
O portador de neurose também evita tudo o que ameaça enfraquecer a sua personalidade, usando de recursos para se proteger. A própria negação da doença ou a busca de ajuda é uma dessas defesas. O sentimento de culpa desempenha um papel fundamental na neurose. Assim, os neuróticos utilizam papéis, jogos de controle para tentar ser