Neuropsicologia e as Funções Cognitivas
A Disgrafia (dis=dificuldade e grafia=grafar/escrever) é um transtorno da escrita resultante de um distúrbio de integração visual-motora, que afeta a capacidade de escrever ou copiar letras, palavras e números.
Trata-se de um transtorno funcional e apresenta-se em crianças com capacidade intelectual normal, sem transtornos neurológicos, sensoriais, motores e/ou afetivos que justifiquem tal dificuldade. Apesar de alguns autores terem visões diferentes quanto ao termo disgrafia e disortografia, abordaremos a disgrafia como sendo um prejuízo que o indivíduo possui na execução do ato motor destinado à escrita e não das trocas, omissões, inversões e contaminações de letras/palavras, que seriam características da disortografia.
De modo geral, a escrita é uma linguagem visual expressiva, que faz uso de uma série de operações cognitivas, tais como percepção auditiva, visual, discriminação tátil, cinestésica. Ou seja, é um sistema visual simbólico, que converte pensamento, sentimento e ideias em símbolos gráficos, que envolve análise de todos estes subsistemas.
Para o desenvolvimento da escrita adequada, existem alguns pré-requisitos, como aspectos cognitivos, afetivo, motor e linguagem que são necessários observar:
– Esquema corporal (planta do indivíduo) é a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo em relação ao mundo exterior;
– Lateralidade (dominância=força e precisão) conceito de direita e esquerda será mais fácil de ser interiorizado a medida que sua dominância for mais homogênea;
– Estruturação espacial: o indivíduo deve ser capaz de situar-se e situar objetos uns em relação aos outros;
– Orientação temporal: envolve a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, após, durante), duração dos intervalos, noções de tempo longo e curto (hora, minuto), ritmo regular, irregular (aceleração, freada);
– Pré-escrita: domínio do gesto e da direção gráfica (da esquerda para direita). Quando