Neuro
A consciência é o perfeito estado do conhecimento de si próprio e do ambiente, bem como a responsividade específica a variados estímulos internos e externos. O presente artigo tem por objetivo apresentar os aspectos morfofuncionais, fisiopatológicos e as bases neurobiológicas das mais prevalentes condições mórbidas que envolvam alterações do nível de consciência. Para tal, foi realizada uma revisão da literatura apoiada em artigos obtidos através das bases Lilacs Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Além de livros-texto de neurologia e de neurociências. Neste primeiro artigo enfoca-se a formação reticular – importante estrutura nervosa relacionada à consciência, a qual é constituída por um conjunto de fibras nervosas originadas posteriormente ao tronco encefálico, que formam feixes ascendentes capazes de atingir o diencéfalo e ativar o telencéfalo. Distúrbios nestas áreas, de origem traumática ou não, podem levar ao comprometimento das funções tálamos-corticais e, conseqüentemente, a alterações do nível de consciência.
Uni termos. Transtornos da Consciência, Neurobiologia, Neurociências.
Introdução
O termo consciência é bastante amplo, sendo utilizado em diferentes contextos. Pode-se denominar consciência como o estado de plena noção de si mesmo e do meio1. Esta aparentemente simples definição, oculta funções cerebrais complexas que envolvem diversas vias e estruturas do sistema nervoso central (SNC) bem como suas conexões funcionais, características estas que serão abordadas no decorrer deste artigo.
A consciência de um indivíduo pode ser discutida a partir de dois aspectos principais analisados pelo observador: o nível de consciência ou estado de vigília e o conteúdo da consciência, incluindo funções cognitivas e de atenção, além das respostas afetivas, perfazendo, assim, a consciência de si e do ambiente. No entanto, estas duas características (vigília e