NETO

Conclusão pessoal sobre a vida de Waldemar Neto

A vida parece escolher com sutileza e precisão em quem deixar sua marca indelével. Ela prega peças e nos põe à prova praticamente todos os dias. E às vezes os desafios começam muito cedo. Waldemar de Almeida Nóbrega Neto, 23 anos, é um exemplo disso. Ele luta contra um câncer no cerebelo desde os 12 anos de idade, mas apesar das adversidades da doença, não perde a fé e diz sentir uma vontade enorme de viver. Netinho, como é carinhosamente chamado por amigos e familiares, quer dividir com todos sua luta e passar uma mensagem de otimismo e fé, principalmente para quem atravessa o mesmo problema que ele.
Em “Não há glória sem lutas”, ele conta como sua vida mudou radicalmente ao descobrir a doença, dá detalhes dos vários tratamentos aos quais já foi submetido, há depoimentos de médicos, enfermeiros, psicólogos, familiares e amigos, além de um capítulo de orientação sobre os direitos dos pacientes e da importância das ONGs.
“Passei por uma batalha grande na Justiça porque o plano de saúde negou a medicação. Isso demorou muito e senti que a doença evoluiu nesse tempo. Sentia muita ansiedade, meus familiares ficavam preocupados e cogitavam em vender os bens”, relata.
Mas o livro de Netinho também traz memórias de bons momentos vividos ao lado de amigos de tratamento — alguns deles não estão mais por aqui. “Vivemos muitos aperreios juntos, mas também tivemos muitos momentos engraçados.”
Filho primogênito de pais surdos-mudos, ele teve que assumir responsabilidades em casa desde muito cedo. Até que descobriu o primeiro câncer — sim, ele teve dois diagnosticados... “Minha adolescência, de certa forma, foi marcada pelas experiências que eu vivi com a doença, seja na minha parte física e, principalmente, na psicológica.”
Ele fez quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Passou oito anos curado, até que a doença reapareceu. “Comecei a sentir uns desequilíbrios e dor de cabeça, mas não imaginava nunca. Foi uma surpresa