neoplatonismo
2.1 O UNO
Segundo Plotino, todo ente é tal em virtude de sua unidade, sem esta não existe. Há princípios de unidade em diversos níveis, mas todos pressupõem um principio supremo de unidade. É o que Plotino irá chamar de Uno.
O Uno está acima do ser e da inteligência. Da própria vida de um modo geral. Plotino tem a tendência de atribuir ao Uno características negativas. A expressão “além de tudo” é a única que resulta adequada. Quando refere caracterizações positivas ao Uno, usa linguagem analógica.
Outro termo atribuído ao Uno é o de bem. Não se trata de um bem em particular, mas do Bem-em-si. Daquilo que é bem para todas as outras coisas que dele necessitam. É o Bem absolutamente transcendente, o Super-Bem. Ao dizer que o Uno está acima de tudo, não significa que é o não-ser, não pensamento e não-vida, mas sim que é Super-ser, Super-pensamento e Super-vida. O Uno absoluto é a causa de todo o resto. Diante disso, Plotino se pergunta por que há o Absoluto e por que ele é o que é?
O Uno, que não é o conhecimento, nem o ser, Ele é todas as coisas e nenhuma delas. É aquilo de que promana toda existência, mas ele próprio é de tal ordem que nada podemos afirmar a seu respeito, nem a vida, nem a essência. É superior a tudo e fonte absoluta de tudo. O Uno se autocoloca, é atividade autoprodutora, é o Bem que se cria a si mesmo. Ele é como quis ser. Quis ser assim como é, porque é o eu de mais elevado se possa imaginar.
Todos os seres retiram a sua essência e a sua existência do Uno porque, separados da Unidade, não poderiam existir. Este Uno não é nem a totalidade dos seres, nem o ser. Plotino considera não ser fácil falar da natureza do Uno, porém, pode dizer-se que a sua natureza é geradora de tudo, mas que ela não é nada daquilo que engendra. Ela é, na realidade, antes de qualquer essência, antes do movimento e do repouso, todas as propriedades que se encontram no ser e o tornam múltiplo.
Assim, o Uno é atividade