Neoplasias
I INTRODUÇÃO
Quando se observam células em cultura, verifica-se que estas vão se multiplicando até entrarem em contato umas com as outras, quando param de crescer, formando uma monocamada. Durante o processo de cicatrização da pele, a epiderme em regeneração possui intensa multiplicação celular, até que haja fusão das bordas da ferida em que o contato célula-célula interrompe a proliferação do epitélio. Tanto no epitélio da pele quanto no epitélio do trato gastrointestinal verifica-se multiplicação celular constante para reposição das células que descamam, como mecanismo para manter o equilíbrio homeostático. Em condições normais a divisão celular é controlada por fatores reguladores mantendo o equilíbrio. Porém, quando há falha no controle, inicia-se divisão autônoma e desregulada gerando uma neoplasia. O termo neoplasia deriva do grego plasein = formar e neo = novo; desse modo, o “novo crescimento” do tecido implica em aumento do volume, podendo infiltrar-se por tecidos adjacentes ou difundir-se para outros tecidos e/ou órgãos desenvolvendo metástase. Atualmente o termo tumor é sinônimo de neoplasia. Oncologia (oncos, do grego = tumor) é o estudo dos tumores. A denominação comum “câncer” originou-se segundo observações de neoplasias malignas, com crescimento infiltrativo, formando vários ramos que sugeriam aspecto semelhante às patas de um caranguejo. Portanto, este termo é utilizado somente para as neoplasias malignas. O tecido neoplásico compete pelo aporte energético e nutricional com as células normais, podendo levar os pacientes a estados de inanição. Os tumores dependem do aporte nutricional, vascular e muitas neoplasias dependem também do suporte endócrino.
1. DEFINIÇÕES DE NEOPLASIA A definição mais aceita de neoplasia foi postulada pelo pesquisador Rupert WILLIS (1952), a qual diz: ·. “Neoplasia é uma massa anormal de tecido cujo crescimento excede e é incoordenado com os dos tecidos normais, persistindo da