Neonazismo no Brasil
Existem hoje mais de uma dezena de grupos neonazistas operando no Brasil, congregando um total estimado entre dois e três mil ativistas organizados e um grande número de simpatizantesSão tradicionalmente divididos em duas vertentes: uma mais "intelectualizada" e elitizada, dedicada ao ativismo político e à produção cultural do movimento, congregando profissionais liberais, militares, empresários e universitários (que alega ser herdeira direta dos integralistas da década de 1930); e uma outra mais agressiva, agindo de forma clandestina, composta pelos "carecas" (denominação local dos skinheads), gangues de jovens de origem proletária ou de classe média baixa que frequentemente praticam ataques a minorias, quer por motivos ideológicos, quer pela simples atração pela violência.4 5
Embora mantenham estreitas relações entre si, chegando a congregar indivíduos com dupla militância, os grupos neonazistas brasileiros caracterizam-se frequentemente pela ausência de hierarquia formal e por inúmeras divergências, discórdias e paradoxos quanto à ideologia e objetivos. Há, entretanto, características comuns a todos, sobretudo a apologia à intolerância. De forma análoga ao movimento internacional, os grupos brasileiros frequentemente professam ideais ultranacionalistas, racistas, xenófobos e discriminatórios e advogam, em maior ou menor grau, o uso da violência. À perseguição de negros, homossexuais, judeus e dependentes químicos, grupos neonazistas também somam outro alvo, os migrantes nordestinos, estabelecendo dessa forma um paralelo adaptado à realidade local da perseguição sofrida por imigrantes africanos, asiáticos e latino-americanos por neonazistas europeus e norte-americanos. Também opõem-se fortemente ao sionismo, aos comunistas, aos socialistas e à esquerda política como um todo. Vínculos ideológicos com o nazismo e com o fascismo, assumidos ou